
Quantas mães já não sofreram a aflição de não achar um pediatra para o filho doente?
Agora existe a promessa de que as coisas vão mudar. Graças a um novo código de ética médica que começa a valer a partir desta semana.
Queixas, reclamações, frustrações. A imagem que os pacientes fazem da classe médica não anda muito boa. E os médicos sabem disso.
O novo código de ética médica brasileiro entra em vigor nesta semana.
Ele trata de muitos dos avanços da medicina. Mas principalmente, tenta melhorar a relação médico-paciente.
“Não existe mais espaço para médicos autoritários, prepotentes, arrogantes”, declara Roberto D'Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina.
“Eu estava com gripe, quando fui ver, estava com pneumonia. Porque era uma virose, era uma virose, e eu não fui cuidando, quando fui ver estava com princípio de pneumonia”, diz Luana Gouveia, auxiliar administrativa.
Vários artigos do novo código pretendem acabar com a pressa e a desatenção dos médicos. Para não prejudicar pacientes como a Luana.
Está lá, no código: é vedado ao médico causar dano ao paciente por ação ou omissão.
“O médico tem que ser absolutamente atencioso, tem que ser zeloso, ele tem que ser diligente, ou seja, para ele examinar, para ele ouvir uma história, ele tem que ter tempo, ele tem que deitar o paciente, tocar”, esclarece Roberto D'Ávila.
Agora, os médicos estão proibidos de fazer receitas ilegíveis.
A partir de agora, se o paciente quiser ouvir uma segunda opinião, o primeiro médico tem que colaborar.
E não pode se opor a conversar e passar informações para o novo médico.
E se for preciso colaborar também para a formação de uma junta médica para discutir o caso.
E como agir diante de um caso que evidentemente se encaminha para a morte?
Esta é outra situação prevista no código. Que diz o seguinte: em casos irreversíveis e terminais, o médico deve oferecer todos os cuidados paliativos, mas deve também evitar ações inúteis e obstinadas.
Aquelas que só prolongam em vão uma vida que está no fim.
E para esses momentos, o código diz que o paciente deve receber os cuidados para sofrer o mínimo possível.
“Isso é um avanço muito grande. É saber que a medicina tem limites de cura, mas que não tem limite nenhum no cuidado”, declarou Maria Goretti Maciel, diretora do serviço de cuidados paliativos do HSPE-SP.
Mas a pior coisa na relação médico-paciente é quando essa relação não existe, porque o médico não está, não veio, faltou.
Faltar em plantão já era proibido.
O que o código de ética traz de novidade nessa questão é estender a responsabilidade para a direção do hospital, do centro de saúde.
Agora, está claro, preto no branco: na ausência de médico plantonista, a direção técnica do estabelecimento deve providenciar a substituição.
fonte pesquisada: fantástico 11/04/2010
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